ilusionismo

dezembro 3, 2011

Fotografia de sonhos!

Dois sábados por mês e às quintas-feiras estamos fazendo as caminhadas fotográficas pelo bairro Cristal. As digitais acompanham, mas quem dá a estética à pauta são as Pinluxs. Nas últimas películas reveladas, um erro acabou criando um efeito de fusão nas imagens. Considerando as variações de exposição à luz, que criam traços, em alguns casos, a mistura é bem ilusionista.

Neste caso abaixo, lendo a imagem de baixo para cima, o campo de futebol está separado por um destes traços. A partir da charrete, a perspectiva da rua é seguida de um muro que se transforma no telhado da casa de uma terceira foto. Este é apenas um exemplo dos vários que aconteceram. A sensação que temos é de poder visualizar um sonho em fotografia.

Como diz Deborah: “- Em um sonho, lugares, pessoas e fatos se misturam e acontecem dentro de uma linha temporal relativa e variável. É como estar dentro de casa na cidade, abrir a porta e em um passo estar na praia. Ou ver pessoas fora do contexto, como uma colega de faculdade se transformar em uma vizinha, ou aparecer em um ambiente familiar.” Reflete ainda: “Dentro do sonho, antes de acordar, tudo isso parece normal, não nos questionamos. Ao ver esta foto, o leitor da fotografia vai estranhar, porque não viveu o momento do ato fotográfico. Já o autor da fotografia viveu dentro deste sonho, de onde trouxemos esta fotografia.”

Evelyn diz que identificou seus sonhos com estas fotografias. “Acontece de eu ver coisas e principalmente pessoas em formas assimétricas. Um rosto pequeno numa cabeça grande, braços desproporcionais, assim como o asfalto que virou chão batido.”, na imagem abaixo. “Até hoje nunca tive um sonho normal, assim como são estas fotografias das PinLux’s. Nunca pensei que um dia eu poderia fotografar sonhos!”. E no final salta da cadeira: “-Será que estas fotografias vão influenciar os meus sonhos? Acho bem capaz!”, concluiu.

Esta é a montagem que rolou ao sairmos do asfalto e entramos na Vila Resbalo, no dia 19 de novembro. Seguimos com as caminhadas contribuindo com o banco de imagens do Bairro Cristal. A proposta é cada fotógrafo buscar uma pauta. Especificar sua visão, transformando sonhos em fotografias reais ou permitir que estas ‘opticalArts’ influenciem nos seus sonhos.

Em tempo, opticalArts foi a expressão usada pela Evelyn para se referir aos efeitos das câmeras PinLuxes. As fotografias foram postadas na vertical para ampliar a área de visualização. Cuidado para não deixar cair o computador ao girá-lo para ver as fotos. Uma dúvida que ficou no final da escrita coletiva deste post é: Qual o plural de Pinlux? Deborah diz que está errado o Pinluxs, Eduardo tem dúvida se é Pinluxes, e Evelyn aposta no Pinlux’s.

Falando em plural e coletivo,  é muito difícil creditar estas fotografia. Foram feitas pelo grupo, diversas sugestões e muitos dedos. Estiveram nesta caminhada: Carlos, Deborah, Eduardo, Evelyn, Huendrio, Leandro, Patrick, Raquel e Wesley. Com participação especial dos auxiliares de fotógraf@s Henrique e Vinícius.

Buraco de Agulha

novembro 10, 2011

A continuação…

No dia 1′ de setembro de 2011, uma turma começou um novo ciclo de oficinas de fotografia no Quilombo do Sopapo.  A idéia é dar sequência ao trabalho com fotografia, que no início do ano publicou o livro Imagens Faladas. Uma nova turma, novos olhares, diferentes perguntas.

Dia 8 de setembro, a primeira oficina prática, começou com a montagem dos  pinholoscópios. Uma ferramenta simples, manual, direta, para o começo da compreensão. Era necessário desconstruir a relação da gurizada com o tecnológicos equipamentos. Sem botão, sem bateria, nem mesmo manivela.

Foto Eduardo Seidl/Quilombo do Sopapo

Foto Eduardo Seidl

Foto Leandro Anton/Pinhole em Caixa de Fósforo

No primeiro sábado de sol, a turma começou experimentando a câmera fotográfica em caixa de fósforo, a Pinlux! Foi uma forma de, depois de revelada a película, incentivar mostrando que é possível. Existe vida fotográfica fora dos equipamentos industrializados.

Foto Leandro Anton/Pinhole em Caixa de Fósforo apoiada no portão

Depois de vermos a fotografia projetada dentro do Pinholoscópio, de vermos nosso retrato em grupo capturado por uma caixinha de fósforo manufaturada. A proposta foi mergulharmos em uma técnica que não foi utilizada durante o ano de 2010. A pinhole em tubo plástico de bobinas de película 35mm. Um tubo, um orifício e um pedaço de papel fotográfico. Uma prática mais lenta. Uma foto por saída, o processo do laboratório preto e branco. A sensação de envolvimento é nítida, a luza vermelha, envelopes de papel, submergir o retalho no revelador e ver a fotografia surgir como num suspense.

Foto Eduardo Seidl/ Oficina de pincel de luz e pinhole em tubos plásticos.

Os tubos plásticos são estes sobre a mesa. Uma proteção de fita isolante vai sobre a tampa, para evitar possíveis vazamentos de luz. A base é para dar mais estabilidade às longas exposições no ato fotográfico. Mas como compreender que um pedaço de papel, escondido no escuro do tubo plástico, vai perpetuar uma imagem que está no lado de fora?

O Pincel de Luz é feito com papel fotográfico exposto à luz. Este papel está com o preto total, ocultado nos cristais de prata. Com um pincel como ferramenta, a proposta é desenhar sobre este papel usando como “tinta” o revelador Dektol, específico para a revelação de fotografias P&B. A sensação imediata é de frustração, quando ao passar o pincel nada acontece, além de molhar. Esta frustração é imediatamente tomada pela surpresa de ver surgir uma graduações de cinzas até o preto. A mágica está revelada. vamos à prática.

Pincel de luz do Cleison. Ganas de ver!

Pincel de Luz de Wesley . Uma estranha figura aparece, lá vem o pato patatipatacolá!

Pincel de Luz do Cleison. A galera tá ligada, para quê(m) serve a TV?

Os tubos fotográficos em ação. Cada um está fotografando um quadro que inclui o outro tubo.

Uma câmera naturalmente ótima para macrofotografia.

Em seguida o laboratório. Momento de revelar o erros e acertos.

Laboratório improvisado no banheiro do Ponto de Cultura.

Cada participante teve 9 papéis para fotografar. O início é um teste, tentar tempos distintos em situações variadas de luz. O processo de calibragem da câmera. Ou, uma forma de afinidade do fotógrafo com sua câmera. Uma relação pessoal, cada tubo é diferente do outro. A folha de fotografias abaixo é do Paulo Leonardo. ele buscou os planos gerais. Se concentrou em fotografar a casa do Ponto de Cultura. Registrando as formas, os grafites, etc. Como primeira experiência, rendeu muito.

Folha de fotografias pinholes do Paulo Leonardo. Destaque nos tubinhos.

Um destaque entre as fotografias, selecionado pelo próprio Paulo, está ai embaixo para deslumbre dos leitores.

Pinhole de Paulo Leonardo. Fachada do Quilombo do Sopapo.

Segundo Paulo, ele escolheu esta foto pois, “Ela se criou bem. Ficou bonita a fachada da casa”. Para Paulo Leonardo, a fotografia é ‘Suspense’ por quê a dúvida acompanha todo o processo. Na hora da exposição, escolheu um tempo, 10 seg.. Aqueles 10 segundo foram os mais longos de sua vida. Aproveitados na íntegra. Ao fechar o tubo, depois da exposição, o caminho até o laboratório foi de suspense, por ver o que tinha se sucedido. Ao colocar a folha no revelador, mais alguns longos segundos, para que se iniciasse o escurecimentos do seu quadro e a felicidade pura tomasse conta.

Esta nova edição do projeto fotográfico do Quilombo do Sopapo continua até o final do ano. Outras reportagens fotográficas surgirão. Estamos apenas começando. Há mais para contar, continuamos no próximo post.

Imagens do Cristal

outubro 29, 2011

fotos: Leandro Anton câmera caixa de fósforos filme 35mm

Imagens Faladas Tá na Rua

maio 5, 2011

Foram dois encontros neste mês de abril que passou. O primeiro deles durante a semana do Quilombo do Sopapo nas comemorações de três anos de ponto de cultura. No dia 15 de abril, sexta-feira à noite, num dos novos espaços do Quilombo, seu estúdio, reunimos no dia da fotografia: Nasson, Saionara, Cristina, Fone, Sueda, Nádia, Douglas, Zé Coqueiro, Carlos, Eduardo e Leandro, personagens e fotógrafos do imagens Faladas – reportagens fotográficas sobre a memória do Bairro Cristal, para a contação de histórias do que é feito o livro.

Contação de Histórias dia 15 de abril no Estúdio do Quilombo     Foto: Eduardo Seidl

Cristina, Saionara, Carlos e Douglas

fotógrafos do Imagens Faladas

Foto: Eduardo Seidl

Com a presença do SITRAJUFE e da ADUFRGS, apoiadores culturais, que viabilizaram a impressão do livro tivemos uma hora e meia de histórias sobre as reportagens fotográficas contadas pelos jovens fotógrafos e as personagens das histórias, ensaio geral para o dia do lançamento do livro que viria a ser feito no dia 30 de abril durante a Volta do Povo à Praça, evento comunitário na praça em frente ao Quilombo do Sopapo, que receberia o Festival Literário de Porto Alegre.

Em primeiro plano seu Nasson ao lado de Saionara, dupla que fez o capítulo o Nome das Coisas
A roda da contação de histórias no estúdio do Quilombo do Sopapo  Foto: Leandro Anton

De pé José Gabriel durante a

contação de histórias

Foto: Eduardo Seidl


No dia 30 de abril é lançado o Imagens Faladas durante o Festival Literário de Porto Alegre. Na manhã daquele sábado, às 10h 30min, de um dia nublado em plena Praça Alexandre Zachia é recriada a roda de contação de histórias para desta vez contar com a presença de Nícolas, Sueda, Carlos, Douglas, Cristina, Saionara, Eduardo e Leandro, oito dos dez fotógrafos, apenas Elincoln não pode estar presente, mais as personagens José Gabriel, Júlio, Nádia, Zé Coqueiro e Fone.

Douglas autografando livro para

Eleonora, representando a

Regional Sul do MINC

Foto: Eduardo Seidl

Aproximadamente 40 pessoas participam do lançamento durante a contação e 80 livros são distribuídos na sessão de autógrafos que encerrou a atividade de lançamento. Momento de pura magia ao lada da casa grafitada durante a primeira edição da Volta do Povo à Praça em 27 de novembro de 2010, cercada por ávores e os panos vermelho e azul no dia que antecedeu ao GRENAL que terminou empatado em 1 X 1.

 

De pé José Gabriel e Nádia, sentados autografando Cristina, Saionarae Carlos…. e a fila só aumentava                   Foto: Eduardo Seidl

Imagens Faladas é resultado da Interação Estética – Residência Artística desenvolvida entre os meses de janeiro e junho de 2010 no Quilombo do Sopapo e principalmente nas ruas do Cristal e Morro Santa Tereza, passando pelo Hipódromo, Estaleiro Só e Orla do Guayba, FASE, Campo do Neri, Vila Hípica, Nossa Senhora das Graças, Gaúcha, Ecológica e União Santa Teresa com uma visita a Lomba do Pinheiro e incursões por ruas do Centro e Assembléia Legislativa.

Aqui está o link para o Imagens Faladas digital e para os que se interessarem em contribuir com a oficina continuada de fotografia do Quilombo do Sopapo, na Av. Capivari 602 estamos com 300 exemplares, dos 1000,  para aquisição que formará o fundo da oficina, como aquisição de materiais, auxílo de transporte e alimentação para os oficinandos nas saídas fotográficas e bolsa para um dos jovens que fizeram o Imagens Faladas para ser o monitor da oficina entre os meses de agosto e dezembro deste ano. Desta forma buscaremos estar iniciando a sustentabilidade do núcleo de fotografia do ponto de cultura e viabilizando a permanência de um dos jovens como agente comunitário cultural no SOPAPO independentemente de projetos aprovados.

O valor mínimo do livro é R$ 10,00 e os que quiserem dar mais alguma contribuição para o fundo podem fazê-lo a seu critério. O Quilombo do Sopapo está aberto de segunda à sexta-feira das 13 às 19h. Nossos contatos são pelo e-mail quilombodosopapo@gmail.com e pelos telefones 3398-0602, 3398-6788 e 96278626.

Post: Leandro Anton

Revelando a Diagramação

novembro 25, 2010

O ano de 2010 foi super agitado no Bairro Cristal e consequentemente para o Ponto de Cultura Quilombo do Sopapo. A turma do Imagens Faladas produziu ótimas reportagens fotográficas e acompanharam diversas iniciativas comunitárias. O livro de encerramento do ano está sendo diagramado pela designer Silvia Pont, que nos enviou uma amostra do capítulo de apresentação. Boa leitura e em breve mais notícias sobre o andamento desta publicação que vai revelar história fantásticas do Bairro e dos moradores deste recanto brilhante de Porto Alegre.

Please Add a Title

Clique sobre a imagem para folhar as páginas do primeiro capítulo.

Achados no Bairro Cristal

novembro 19, 2010

Algumas fotografias que tinham passado desapercebidas pela primeira seleção de negativos. Em breve a edição do material do ano de 2010 vai estar publicada. Enquanto isto ficam estas para o proveito dos leitores.

Bicicleta do Seu Zé Coqueiro, estacionada ao lado da Copa do Campo do Neri. Vila Resbalo. Como disse na entrevista, sai uns 3 dias por semana para catar recicláveis, nos outros dois dias, trabalha na Copa. Fotografia feita com câmera pinhole em caixa de fósforo para filme 35mm. Vamos ter que averiguar a autoria destas. Estavam na saída detse dia: Douglas, Sueda, Leandro e Eduardo.

Vida boa é outra coisa. Passo leve e sutileza para não acordar o cão, câmera pinhole apoiada no chão. Dez segundos de exposição com filme ISO 100. Fotogarfia feita na companhia do Seu Coqueiro, caminhando em busca dos recicláveis. Em breve mais histórias.

Câmera Gigante

novembro 11, 2010

O dia da criança de 2010 foi diferente para o Movimento Sem Terrinha e para as crianças moradoras do Morro Santa Tereza em Porto Alegre.

As crianças do campo vieram conhecer a história das crianças da cidade. Histórias de vida diferentes? Nem tanto. Todas elas crescem inseridas num cotidiano de luta por direitos tão básicos, e ao mesmo tempo tão difíceis de se garantir. Moradia, educação, espaço de convívio comunitário, entre outros.

Entre estes tantos direitos está a memória como peça fundamental para a constituição da identidade do indivíduo e do grupo social. A memória é ferramenta indispensável para que as novas e próximas gerações, saibam dos esforços feitos hoje para o bem estar no futuro.

O Movimento o Morro é Nosso é isto.
O Movimento Sem Terrinha também.

O Movimento Sem Terra já sofreu durante anos a experiência das interpretações e desinformações dos meios de comunicação. As histórias que preenchem os espaços noticiosos estão, quase na totalidade, unificadas numa versão contrária a que vivem.


A câmera pinhole gigante foi montada com tubos de PVC e lona plástica preta,  utilizada para levantar acampamentos do Movimento de Trabalhadores Sem Terra. A experiência fotográfica reuniu quase 500 crianças.

A intenção da educação fotográfica é fazê-los autores desta produção de narrativas em imagens. Promovendo a experiência suficiente para que saibam fazer, absorvam como prática cotidiana, mas também que sejam hábeis críticos dos trabalhos turvos que não compatibilizam com a sua própria visão.

A fotografia é fundamental neste processo histórico e comunicacional. Por transmitir a mensagem formulada pelo autor, fotógrafo, mas também carregar detalhes primários, símbolos, sinais, que possibilitam o resgate de outras lembranças, ativam o imaginário e propulsionam as conexões.

Na prática desta atividade, as centenas de Sem Terrinhas que vieram ao Morro Santa Tereza no dia da criança estavam com câmeras fotográficas compactas que circularam entre mãos e olhares distintos. Uma real e direta memória coletiva. Uma oportunidade para eles instigarem o olhar e a percepção.

Didaticamente, a câmera gigante do Morro Santa Tereza desmistificou a noção de fotografia industrial. A fotografia está fisicamente em nosso entorno. Ela está constantemente sendo construída em nossa mente, ao olhar algo que desencadeie um raciocínio. A fotografia não precisa necessariamente de um botão em um equipamento movido a pilhas.

Os vídeos aqui postados mostram um pouco do que aconteceu neste dia. No primeiro, a câmera gigante com as exclamações e interrogações previstas. Já a produção fotográfica montada no segundo vídeo, também pode ser vista com mais tempo no www.flickr.com/photos/semterrinhas.

Os agradecimentos são para todos que estiveram envolvidos e presentes na grande festa. Especialmente para a Cambada de Teatro em Ação Direta Levanta Favela, Coletivo Catarse, FestFotoPoa, lideranças e moradores das comunidades do Morro Santa Tereza. Aos fotógrafo Leonardo Melgarejo e Luiz Abreu. Ao Movimento Sem Terra. Aos participantes do Ponto de Cultura Quilombo do Sopapo.

Esta iniciativa simultaneamente se inspira e fortalece
a política de Pontos de Memória Fotográfica.

Caminhada no Morro Santa Tereza

outubro 21, 2010

Neste sábado será a segunda caminhada no Morro Santa Tereza, organizada pelas comunidades locais. O ponto de encontro é na praça da figueira do belvedere em frente as TVs. Às 9h da manhã. É a penúltima parada do ônibus TV, linha 195, que sai da Av. Salgado Filho. Conheça os campos, a mata nativa, a pedreira e deslumbre a vista maravilhosa da cidade e dos estuário. A comunidade estará acompanhando os visitantes e contando as proezas deste movimento que derrubou as intenções do blindado Governo Yeda e é exemplo de organização comunitária.

Guaíba e centro de Porto Alegre visto da praça da figueira, no alto do Morro Santa Tereza.

As imagens que seguem são uma amostra das cenas lá do alto. Estas fotografias fazem parte do acervo dos Fotógrafos Populares do Cristal. Capturadas em filme 35mm, nas câmeras artesanais em caixa de fósforo.
Para esta caminhada, de 3,250m, as pessoas indicam roupas e tênis confortáveis, lanche leve, água e câmera fotográfica.

Outro enquadramento da mesma vista.

Câmera em caixa de fósforo, filme 35mm ISO 100, lacrado com fita isolante preta. Uns 5seg. de exposição. Foto da última caminhada no morro. Se observado com atenção, as pessoas aparecem passando no primeiro plano. O borrão é resultado do longo tempo de exposição.

Caminhada realizada durante a resistência ao PL388. Também registrada pelas caixas de fósforo.

 

Entrada da Fase, na Av. Padre Cacique, desta vez com o movimento dos carros.

 

Guarita do prédio abandonado da antiga Febem. Ruínas esquecidas.

 

Seu José Gabriel é um personagem do Morro, aposentado, é certo encontrá-lo aos sábados pela manhã, cuidando da horta, do jardim, na companhia dos cachorros. Sempre pilxado e pronto para contar as histórias do Morro, desde a década de 60 até os dias de hoje.

 

Cristina Nascimento, moradora da Vila União Santa Tereza, de azul, é fotógrafa do Ponto de Cultura Quilombo do Sopapo, entrevistando, ao portão, Seu José Gabriel, de branco.

A linha amarela mostra os limites do terreno da Fase, a linha vermelha mostra o trajeto da caminhada. Se houver previsão de chuva para este dia, fica transferido para o sábado seguinte.

Dia da Criança

outubro 19, 2010


O Dia da Criança de 2010 começou cedo, logo às 5h40 da matina já estávamos no alto do Morro Santa Tereza curtindo o sol despontar. Iluminando aos poucos as flores que surgiram com a primavera nos campos altos de Porto Alegre.

Sem Terrinhas e os Sem Morrinho

Havia poucas horas para deixar pronta a estrutura planejada para a recepção dos centenas de Sem Terrinha que visitariam as vielas do Morro, nesta data querida, para conhecer seu companheirinhos da cidade, que compartilham mobilizações e lutas por direitos tão óbvios, mas quase sempre desprezados.

 


…::::Fotos Eduardo Seidl:::.

 

 

 

O Morro Santa Tereza foi escolhido para esta visita por ser objeto de um destacado capítulo da história do estado neste ano. Este governo que finda, tentou vendê-lo, mas as milhares de famílias que ali vivem não deixaram, protagonizando um lindo exemplo de coletivismo, solidariedade e autonomia comunitária. Defenderam suas histórias de vida com força de gigantes.

Gigantes? Bueno. A relíquia desta área, a vista privilegiada que envolve o Guaíba, ilhas, os morros do sul da cidade, centro da capital com os tradicionais contornos do Gasômetro, Centro Administrativo, Catedral, é a principal riqueza especulada pelas construtoras.

Sendo assim, após algumas conversas com o Movimento, decidimos que seria uma boa ocasião de construir uma câmera fotográfica gigante. Para mostrar aos pequenos visitantes e marcar aos locais o valor desta vista de forma impactante. Uma câmera do tamanho da importância pessoas.

Esta pinhole gigante também tem a função didática de iniciar esta criançada no envolvimento com a fotografia. Ferramenta fundamental para atores de lutas importantíssimas para o país. A fotografia como marco de memória para estas gerações.

A câmera pinhole consiste em uma câmara escura, dotada de um orifício em uma das faces, que permite que os raios de luz entrem e se projetem na face oposta, mostrando o ambiente externo desta câmara.

Alguns perguntavam: – Por que a imagem está de cabeça para baixo? A luz só se propaga em linha reta, não faz curva. Sendo assim, o raio de luz que vem do céu, passa pelo orifício e marca a parte inferior do painel. O raio de luz que sai do chão, próximo a camera, passa pelo orifício no centro da face desta “caixa” marcando a parte superior do painel.

Outros se atravessavam: – Onde está o filme fotográfico? Esta é uma segunda fase. A fotografia acontece simplesmente com este simples mecanismo. O filme ou outra superfície sensível serve para perpetuar aquele fenômeno físico da luz. É um complemento, para podermos admirar a fotografia fora da câmara escura.

 

O encontro dos Sem Terrinhas com os Sem Morrinhos encerrou com uma caminhada descendo a Vila Ecológica, em direção aos ônibus, que os levariam a continuidade da programação. Amanhã tem mais. O centro de Porto Alegre estará tomado, todos escutarão os gritos de bravura destes pequenos gigantes.

Imagens dos SemTerrinhas

outubro 19, 2010
…::::Fotografias de Leonardo Melgarejo puxadas do CeL3uma:::…
Leonardo Melgarejo, fotógrafo de longa data das atividades dos Sem Terrinha, entre outras mobilizações do Movimento, envia imagens fantásticas da manhã desta terça-feira, que não podiam ficar de fora. Melgarejo esteve desde o início da caminhada do Dia das Crianças no Morro Santa Tereza. Olhar exclusivo de detalhes da gurizada, trejeitos e cenas típicas. Coisa de quem tem afinidade.